17 junho 2009

A Ponte que divide o deserto em Mim.





A Ponte que divide o deserto em Mim.

Vim de um deserto
No meio do nada que eu era
Vim do fim de minhas vidas
Vim de todas as minhas derrotas
Era vácuo no meio do vazio
Fui eu no meio de um mau caminho

Descobri como esconder esses erros
Descobri como esquecer meu medo.
Fiz um pacto com a solidão
Fiz de mim o vazio
Amargo o vão.

Prometi a mim nunca cair na cilada do coração
Prometi para meu coração não chorar de novo.
Prometi viver a cada dia sem precisar lembrar.
Fechei-me em copas pra não mais chorar.

Segui em frente esquecendo como se amava alguém
Segui cada dia tentando ver o sol brilhar.
Eu tentei muitas vezes notar esse brilho, mas algo faltava.
Eu tentei...

Mas de nada valeu eu tive que parar de fingir
Você apareceu, como em um dia e chuva que o sol nasceu no céu
E tudo se ilumina e eu notei que não adiantava fugir
Você surgiu me trazendo de volta à vida.
Nunca tinha sentido a necessidade de viver como hoje.

O medo, à vontade, os sentidos.
Uma mistura, ingênua e perigosa,
Seria só eu? Ou você Também?!
Seria real ou fantasia?
Seguir ou tentar, falar ou calar.
E o medo?

Porque não? Falei o que sentia
Senti o que a tanto de mim escondia.
Abri meu coração, deixei você entrar
Você conquistou seu espaço dentro de mim
De forma irremediável.

Escutar tua voz é algo primordial pra meu dia ser bom.
Fechar os olhos te ouvindo era entrar num mundo só meu.
Dei a você as chaves da minha vida.
Dei a mim uma nova tentativa.

Ouvi tua historia
Chorei com as derrotas
Alegrei-me com teu riso

Prometi nunca sair de perto.
Vou manter essa promessa,
Até tu me mandares ir embora

Ouvi palavras ao pé do ouvido
Confidenciei minhas vontades
Falei nada mais que a verdade
Fui com você o que não conseguia ser nem pra mim
Fui Eu, me despi dos medos.

Afinal que mal teria?!

Voltei a pensar como criança
Voltei a sentir esperança
Pensei que poderia ser diferente.

Foi tudo tão distinto desde o começo
Eu não poderia ter me enganado tanto
E não me enganei.

Mas você é mais, merece mais
E esse mais, pelo visto não esta em mim.
Ingenuidade a minha achar que poderia.

Logo eu que nada sou
Logo eu que nada tenho
Logo eu, de certo que não seria.

Você é como um vulcão adormecido há anos
Que sem notar prestes a vir à tona
Só você não sabe disso.

Você é como os raios do sol no amanhecer
Essencial pra um dia perfeito, só que não nota isso
Pois esta cansada de tanto deixar-se abafar pela chuva, que cai
Pois tua timidez é tanta que tem medo de expulsá-la.

Você é um diamante que quando perdido
Foi achado por um ladrão
Maltratado de tal forma que escondeu seu brilho
Pra que ninguém te usa-se de novo.
Mas é o diamante mais precioso que existe.

Tens o riso de um lírio na primavera
Encantas com a simplicidade de uma brisa
E teus gestos são como os passos um leopardo
Que criado em cativeiro não se deixa guiar pelos instintos.

Silenciosamente imponente, viva, bela
Merece tudo de bom que o mundo pode dar.

E porque olharia pra alguém como eu?
Tenho pena de mim, por ter me deixado delirar dessa forma.
Choro e riu sem fim da tolice de achar que poderia
Ao menos tentar, tolice, babaquice, meninice, em fim.

Como alguém que merece o mundo
Iria olhar pra mim?

Logo eu que sou
Uma esquina escura
Uma estrada turva
O começo de um fim.
Um resto de nada
Um toco de mim

Volto eu então a estaca zero.
Mas não quero mais me deixar cair assim
Fecho de vez essa aresta, sem deixar sombra de duvida
Que essa é a ultima vez.

Achei o amor que tanto quis, mas ele não era pra mim.
Desejo a quem o achar toda sorte do mundo, e dou um aviso.
Ele pode não ter sido o meu amor tido.
Mas é meu amor sentido.

Guardo-a em meu coração,
Mesmo que nele, ela não possa completamente estar
Vou sempre no silêncio te velar.
Pois lutando contra mim, nunca poderei esquecer
Que amo você desde o começo até o meu fim.

Volto ao meu deserto.
Mas estarei sempre por perto
Quando você pedir, estarei ao teu lado
Na hora que precisar,
Só não me peça pra esquecer
O fato de te amar.

“Eu encontrei-a quando não quis, mas procurar o meu amor”

Geane Carmo
17/06/2009


Meu pequeno Carretel

20 janeiro 2009




Tua voz...

Ouvi-la hoje
Foi como recordar tudo o que quero esquecer
Foi explodir o peito, em dor... Foi morrer
Foi matar-me por lembrar esse amor.

Ouvir tua voz
Fez meu coração acelerar.
Me fez lembrar que ainda te amo.
Mesmo negando, mesmo tentando inutilmente esquecer

Ouvir tua voz
Foi trazer a tona, todas as lembranças
Os risos, os beijos, os timbres...
Me fez correr o risco,
Da outra parte ainda vida em mim, padecer.

Ouvir tua voz...
Me fez sentir os cheiros....
Me fez lembrar os tempos em que me senti feliz.
Me fez chorar em dor...

Ouvir tua voz
Me torturou de tal forma
Que o choro que fora levado embora
Não que houvesse em mim riso.
Apenas silencio e dor, mas o choro hoje voltou.

Mas ouvir tua voz...
Matou em mim a esperança
Que se criava aos poucos de recuperar-me
Desse sofrido amor.

Ouvir tua voz.
Levou-me toda a paz.
E agora não mais sou capaz
De fingir ser quem não sou.

Nem a pressão que se altera em meu pulmão
Me fez sentir tanta dor, em saber de minha partida
Quanto a dolorosa dor sentida em ouvir tua voz.
Dói de mais.

Então o que faço agora.
Que ouvi tua voz.
Porque essa dor não me leva embora
Pra não mais sofrer desse mau de amor.

Geane Carmo
20/01/09

19 janeiro 2009




Desespero Gritante

Sai de mim ferrenha dor...
Sai e se quiser leva essa carne pulsante do meu peito
Sai de mim tormento amor,
Leva contigo esse injusto sentimento.

Volta a brilhar sol do dia.
Noite hoje não mais me agrada.
Sem luar sem calor.
Jaz frio e morto amor.

Levou-me tudo que não tinha.
Levou-me a luz do lindo dia
Levou-me paz e saúde
Levou-me ao fim

Deu-me a dor de todo dia
Deu-me o amargor da agonia
Deu-me o amor que eu não tinha.
Deu-me noite em pleno dia.

Devolve a mim tal sorriso que antes tinha
Devolve a mim uma alegria antes só minha
Devolve a paz que eu sentia.
Devolve vida à alma que é minha.

Faça meu pranto tornar-se sorriso.
Faça da aluvião do meu peito, brotar alegria
Faça de meu rosto nascer um riso no raiar de um novo dia.
Faça a mim de novo, sentir alegria.

Tome para si essa dor que me domina
Tome pra si esse mau que me rumina
Tome toda a dor que hoje em mim habita.
Tome coragem e me leve de verdade ou me enterre no fim do dia.

Traga a paz arrancada
Traga a verdade falada
Traga a vontade tomada
Traga a vida de mim tão bruscamente tomada.

Geane Carmo
15/01/09.

09 janeiro 2009




Aquieta-te coração

Ah teimosia desse coração
Ah teimosia minha
De me envolver em vão.
Sabendo que não devia, me deixei levar
E agora o que faço
Sem saber voltar

No fundo sabia que ia ser assim
Me deixei levar por um sorriso em fim.
Te ganhei e te perdi, mas ainda estou aqui.
No caminho que por insistência eu segui.

Ainda bem que estava apenas no inicio.
Dá tempo de voltar, e se não der
Viro a esquina pego o caminho da colina
Pois é teimoso meu coração.
Teimoso e sofre então.

Tolo e vaidoso, moleque
Vê se cresce, toma jeito
Bate direito, tenha mais respeito à mim
Não me faça sofrer assim.

Eu peço tanto a ele pra se aquietar
Para se calar, mas ele não, inventa de falar...
E depois tem que amargamente calar.
Cresce coração, deixa de teimar.

Além de tudo mente de mais.
Disse que não mais sofreria
Ai vai e de novo o faz
Travesso e tonto.
E agora o que fazer.

Aprende coração
Não faz mais isso não.
Seja o que for amor ou carência
Não se entrega assim
Faz isso por mim.

Não me faz mais sofrer assim
Doe e não tenho mais como curar
A dor que fica quando você
Teima em se despedaçar.
Assim eu não agüento não.

Geane Carmo
05/01/09